Felizmente, os avanços nos tratamentos e nos cuidados de saúde tornaram a infeção por HIV numa doença crónica nos países desenvolvidos, onde a esperança e a qualidade de vida das pessoas com HIV podem ser quase equiparadas à esperança e à qualidade de vida da população geral.
Apesar disso, o conhecimento de que se tem uma doença crónica continua a ter um impacto psicológico importante, pode gerar ansiedade, dificuldade em gerir o diagnóstico e isolamento social.
A esse facto acresce o impacto que possa ter a perceção social do HIV, a qual não evoluiu à mesma velocidade que os tratamentos e o conhecimento científico sobre o vírus.
As primeiras consequências psicológicas são decorrentes do diagnóstico da doença. Nesse momento, a ansiedade e a depressão são as duas perturbações mais frequentes.
A ansiedade está relacionada com o impacto sofrido no momento do diagnóstico, ao não saber o que ocorrerá e ao sentir-se impotente e com medo da não aceitação e da rejeição.
A depressão, por sua vez, costuma estar relacionada com a sensação de perda da saúde, da tranquilidade, das relações e da própria identidade.
Se acabou de tomar conhecimento de que é HIV positivo, saiba que o que está a sentir é normal no cenário de vida atual. Tenha também em conta que muitas outras pessoas com HIV passaram anteriormente pela sua situação. Por conseguinte, existem diversos tipos de apoio a nível psicológico para acompanhá-lo nesta fase inicial.
A doença, com a toma da medicação, torna-se mais evidente e mais presente. Algumas pessoas podem desenvolver um comportamento de ocultação ou alterar o seu estilo de vida e os seus projetos pessoais. Muitas vezes, o motivo é o medo face às consequências físicas e sociais da doença.
A toma da medicação tem outros desafios associados. O primeiro desafio resulta do facto de ser um tratamento para toda a vida, pelo qual a própria pessoa é responsável. Portanto, é da sua responsabilidade tomar adequadamente a medicação e seguir as orientações da sua equipa médica.
Uma boa adesão permitirá um melhor prognóstico e evolução da sua doença. Caso tal não seja possível, por exemplo, devido ao seu estado emocional e psicológico, existem terapêuticas que ajudam a conseguir essa adesão.
Outro desafio do tratamento da infeção por HIV é a ocorrência de efeitos secundários. Alguns dos efeitos secundários podem ser náuseas e vómitos, fadiga, perturbações do sono, etc. Esses efeitos afetam a qualidade de vida e a pessoa tem de combatê-los, podendo os mesmos afetá-la psicologicamente.
Além do exposto anteriormente, caso seja uma pessoa com HIV, poderá sofrer outras dificuldades psicológicas e problemas no seu meio social associados à doença com repercussão na sua estabilidade emocional.
Perante todas estas experiências, a pessoa com HIV necessita de expressar as suas emoções. Para tal, o primeiro passo consiste em encontrar um local onde é possível partilhá-las.
Em seguida, perante a sua doença, deverá desenvolver competências de adaptação, de tomada de decisões e de resolução de problemas nas diversas áreas da sua vida.
- Abraço
- GAT – Grupo de Ativistas em Tratamentos
- LPCS – Liga Portuguesa Contra a SIDA
- Positivo +
- DGS – Direção Geral de Saúde | Programa Nacional para a infeção VIH/SIDA
- World Health Organization | VIH
- UNADIS | VIH
- APECS – Associação Portuguesa para o Estudo Clínico da SIDA
- SICAD – Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências | Serviço Nacional de Saúde
Deve ainda falar com o seu médico para que ele o possa encaminhar para o apoio psicológico disponível no Sistema Nacional de Saúde.